Quando a vida nos prega uma peça e somos obrigados a deixar tudo o que estávamos acostumados a fazer, a primeira coisa que vem em nossa cabeça é: "O que eu fiz de errado para estar passando por isso. Por que eu Deus?". Mas será que temos mesmo o direito de fazer tais constatações? Prefiro dizer que Deus colocou obstáculos no meu caminho e me deu o livre arbítrio de escolher como vou encarar e viver isso a cada novo dia.
A gente sempre terá de fazer ESCOLHAS! E através dessas escolhas precisaremos renunciar muitas coisas.
Vejam bem:
Sempre teremos escolhas a serem feitas bem à nossa frente, diariamente, o tempo todo. São muitas as oportunidades e as opções que se descortinam ao longo da vida, sendo elas que determinarão a qualidade de nossa jornada, de nossas amizades, dos amores que nos acompanharão mundo afora. No entanto, muitas vezes, o que nos tornará mais felizes e aptos a manter nossos passos tranquilos e serenos serão as renúncias que faremos, exatamente o que deixaremos para trás.
Nem sempre poderemos levar conosco tudo o que pretendemos, todos de quem gostamos, tendo que, em vários momentos de nosso caminhar, optar por desistir do que parecia vital, mas, na verdade, não o era. Renunciar é deixar de escolher, é escolher pelo não, é tirar do leque de alternativas aquilo que não pode, não deve. Não é fácil, nunca será, mas desistir de algo que emperra e de alguém que inclusive já desistiu de nós e de si mesmo tornará nossa vida mais leve. Vão por mim, EXPERIÊNCIA PRÓPRIA!!
Na nossa luta contra o Lúpus, devido aos medicamentos e tratamentos que fazemos as renúncias são diárias, quase que em sequência. Teremos que renunciar a noites de diversão, a baladas com amigos, a tardes ociosas à beira da praia. Teremos que renunciar ao celular mais novo, ao carro do ano, às roupas da estação, à viagem de férias. Renunciaremos a ofertas de emprego, a oportunidades de estudo, a mudar de casa, de cidade, de país. Renunciaremos a antigas ideias, a planos, a sonhos. Seja por amor ao parceiro, aos filhos, para salvar um relacionamento, um lar, seja para salvar a nós mesmos.
Tão penoso quanto renunciar é o que vem depois, aquele futuro em que nos encontraremos questionando a nós mesmos se fizemos o certo, se poderia ter sido melhor de outra forma, em outro lugar, com outras pessoas. Inevitavelmente carregaremos algumas dúvidas quanto ao que estamos fazendo de nossas vidas, porque somos humanos falíveis e estaremos sempre rodeados de outras formas de se viver que não a nossa.
No entanto, caso estejamos junto a quem amamos e nos ama de verdade, respirando a serenidade de vivermos aquilo que somos, de acordo com o que acreditamos, teremos a certeza de que trilhamos o melhor que a vida nos ofereceu. As dúvidas virão, bem como alguns arrependimentos, pois não acertaremos o tempo todo. Mas podermos conviver serenamente com o resultado de nossas escolhas e renúncias sempre será melhor do que viver uma vida sozinha porque só pensamos em nós mesmos e em mais ninguém.
Vivamos, enfim. Um dia de cada vez. Uma escolha e uma renúncia de cada vez, no nosso tempo e na nossa vida.
Deixo hoje uma foto de hoje, minha, sorrindo e levando meu dia na calmaria.
Que tenhamos uma bela semana sem dor, com amor... e esse sol lindo a nos iluminar!